20 de abr. de 2009

Diário de PE 19/04


Fiquei bem feliz com a matéria do Diário de Pernambuco onde nosso amigo César falava sobre seu alfajor, sua vida aqui no Brasil e principalmente do Recife Rugby Club.

Linda camisa César e parabéns!

Buenos Aires é aqui

O argentino Carlos César Pereyra deixou seu país em 2002 para tornar o alfajor, uma iguaria portenha, ainda mais famosa no Recife

Quando desembarcou no Recife, em 2002, o argentino Carlos César Pereyra tinha R$10 no bolso.
Recheado com doce de leite ou brigadeiro, biscoito vira um sucesso nos cafés da cidade. Era uma época de crise no país hermano. A classe média estava nas ruas fazendo panelaços, brigando contra a desvalorização da moeda. Em 12 dias, o país teve cinco presidentes, dois deles derrubados pelo povo. "Do dia para a noite, o nosso dinheiro virou pó. Quase que eu não conseguia mais pagar a passagem", relembra. Mesmo assim, César deixou a mãe e as irmãs para experimentar a vida no Brasil. E foi aqui que a realidade ficou mais doce. Hoje, César pode ser considerado um especialista em alfajor, um tradicional quitute que, embora não tenha surgido em terras argentinas (a sua origem é espanhola), se popularizou por lá. Em cada esquina de Buenos Aires é possível comprar um alfajor, um biscoitinho recheado que virou um símbolo do país.Logo nos primeiros meses em Pernambuco, César sentia falta da família, da cultura, da culinária. Para diminuir a saudade, bebia chimarrão. "Mas teve um dia em que me deu muita vontade de comer alfajor. Escrevi para a minha irmã pedindo a receita". Um tempo depois, César recebeu o passo a passo de como fazer um alfajor, escrito numa folha de caderno toda decorada com motivos infantis, da irmã mais nova. Mesmo sem muita familiaridade com a cozinha, a receita deu certo. Recebeu elogios dos amigos e alunos de espanhol. "Até que decidi vender. Fiz umas amostras e fui no shopping. No primeiro café que eu parei, a mulher já gostou muito e encomendou. Os outros três que visitei recusaram, mas aquele primeiro me deu um impulso enorme". Depois de passados alguns anos, o argentino produz para cafés, restaurantes, cantinas. Além do alfajor de chocolate, tem recheio (muito farto) de brigadeiro, doce de leite, goiaba, limão. Agora ele não pensa mais em voltar à terra natal. Foi por aqui que, além do sucesso com os doces, encontrou o amor de uma brasileira, e o rúgbi, um dos esportes mais populares na Argentina, depois do futebol. "Montamos o primeiro clube do Nordeste, o Recife Rugby Club. Jogamos todos os domingos, mas sempre precisamos de jogadores novos. Não quero voltar para Córdoba. Eu amo o meu país, mas estou num estágio que não sou mais nem argentino, nem brasileiro. Virei pernambucano".

Encomendas para Carlos César Pereyra - 9153-9426

Pollyanna Diniz Diario pollyannadiniz.pe@diariosassociados.com.br

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