17 de out. de 2010

Rugby no Diario de Pernambuco

O Diario de Pernambuco publicou hoje duas matérias sobre Rugby. Uma delas fala sobre a falta de investimento e a outra sobre uma de nossas jogadoras, Gica.

Longe do tratamento olímpico

Apesar de incluídos no programa olímpico de 2016, golfe e rúgbi continuam carentes de investimento e políticas específicas de desenvolvimento
Raitza Vieira
raitzavieira.pe@dabr.com.br


Há pouco mais de um ano, a Assembleia do Comitê Olímpico Internacional aprovava a reinclusão do golfe e do rúgbi no programa dos esportes olímpicos. As duas modalidades voltarão a estar numa Olimpíada em 2016, mais exatamente nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O anúncio desses esportes no maior evento esportivo internacional trouxe ao Brasil a esperança de mudar um pouco a imagem interna do rúgbi e do golfe. Fez surgir a oportunidade de torná-los menos amadores, mais profissionais. De conquistar mais praticantes e descobrir novos talentos.

Porém, um ano após a aprovação do COI, quais os projetos que estão sendo desenvolvido no país e em Pernambuco a fim de mudar a realidade desses esportes? E será que o estado possui chance de ter algum representante na Olimpíada? Isso seria uma visão utópica ou algo possível de se transformar em realidade? O Superesportes conversou com algumas instituições ligadas às modalidades, com o intuito de tirar essas dúvidas e traçar umbreve panorama desses "novos" esportes olímpicos.

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Já em relação ao rúgbi, a situação é um pouco diferente. Espera-se que o Brasil esteja nas Olimpíadas do Rio/2016 com umtime competitivo. A Seleção Brasileira feminina, por sinal, é hexacampeã sul-americana. Já a equipe masculina ocupa a 27ª posição num ranking internacional que possui 110 países. "Em análise, a nosso modo, esse lugar é excelente. Lembrando que os primeiros 20 países da lista são totalmente profissionais", comentou o diretor técnico da Confederação Brasileira de Rúgbi, Antônio Martoni. Ele fala que a principal característica das equipes brasileira é a qualidade técnica. " O jogador brasileiro de rúgbi é muito habilidosos e criativo. Essas, aliás, são características presentes na maioria dos atletas brasileiros, independente da modalidade."

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Dados Rúgbi

Número de praticantes cadastrados na Conferação Brasileira de Rúgbi: 10 mil

Número de praticantes no mundo: 3 milhões, em 120 países

Possui grande popularidade na Europa, América do Sul Meridional (Argentina, Chile, Uruguai) e em países de colonização britânica (Nova Zelândia, Canadá, Austrália, África do Sul)

Número de clubes cadastrados na CBR: 178, destes apenas dois são pernambucanos (Recife Rugby Club e Aliança Rugby Clube)

Número de equipes no país: 230

Evolução do rúgbi no Brasil: em 2004, existiam apenas 40 equipes. Em 2009: 230.

Em 2004, apenas cinco estados tinham mais de um clube. Em 2009, 19 estados com mais de um clube. Em 2004, nove estados praticando rúgbi. Em 2009, 22 estados.

A entidade máxima do esporte, Internacional Rugby Board, elegeu o Brasil como prioridade estratégica de desenvolvimento

A Copa do Mundo de Rugby é o terceiro maior evento esportivo do planeta, com audiência de 4 bilhões de espectadores (Olimpíadas e Copa do Mundo de Futebol são os primeiros)

Modalidadea ser disputada em 2016: Será disputado o Rugby-7 ou Sevens Rugby. Ele é praticado num campo normal (de cem metros) por equipes de sete atletas ao invés de quinze. O jogo tem uma duração menor, onde cada meio tempo dura sete minutos. Exceto por isto, as Leis variam muito pouco do jogo de 15, embora, naturalmente, devido à quantidade de espaço disponível no campo, é um jogo muito diferente de se assistir. Algumas vezes as equipes decidem mover-se para trás inicialmente, de modo a atrair os adversários para si, criando espaço em outras áreas.

Fonte: Confederação Brasileira de Rugby


Pernambuco com chance de Seleção

O primeiro time de rúgbi de Pernambuco, também considerado o mais antigo do Nordeste, chama-se Recife Rugby Club, criado em 2005. Um dos idealizadores é o argentino Marcelo Blanco, que mora no país há nove anos. Ele decidiu montar a equipe, porque sentia falta do esporte (bem popular na Argentina). E com a ideia de criação do grupo veio também a Associação Pernambucana da modalidade, que tem como um dos objetivos transformar o estado num polo de rúgbi reconhecido nacionalmente.

Segundo Marcelo Blanco, Pernambuco já sente de alguma forma as consequências de ter o esporte dentro do programa dos Jogos do Rio. "Após o anúncio, os efeitos foram imediatos. A mídia passou a nos procurar mais e as pessoas começaram a nos mandar e-mails interessadas em praticar o esporte."

Uma das apostas da Associação está num projeto que foi encaminhado ao Governo Federal. A iniciativa visa detectar todos os nichos de rúgbi que aparecerem em Pernambuco e fornecer material e recurso humano. "Queremos também entrar com o esporte nasescolas públicas e privadas. E aí começar a detectar os talentos para podermos aperfeiçoá-los", afirmou Blanco.

Se o projeto for aprovado, ele irá representar um grande avanço do rúgbi no estado. "Não é que o projeto seja a salvação do rúgbi, mas ele irá ajudar no crescimento do esporte. Queremos, sim, levar algum jogador pernambucano para as Olimpíadas", pontuou.

No feminino, é bem possível que isso aconteça. Marcelo fala que há três jogadoras do estado que têm potencial para brilhar em 2016. Uma delas é Giliane Souza, 19 anos, mais conhecida como Gica. A garota descobriu o esporte por conta do cunhado, que é praticante, e a convidou para assistir a um treino. Assim que assistiu à atividade, apaixonou-se. "Já pratiquei outros esportes, mas achei o rúgbi o mais completo. Trabalha com velocidade, força e agilidade", afirmou Gica.

Mesmo com pouca experiência - pratica o esporte há um ano -, a garota foi convidada para um treino da Seleção Brasileira, em São Paulo. A data da atividade ainda não foi confirmada.O treinamento será uma espécie de seletiva para o Mundial de Dubai, no fim de 2010. "O treinador da Seleção visitou o Recife para conhecer algumas atletas. Ele gostou do meu condicionamento físico e fui selecionada. Sei que tenho que melhorar tudo para chegar numa Olimpíada. Irei dar o meu máximo para representar bem o Recife."

Fonte: www.diariodepernambuco.com.br

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