11 de jun. de 2010

Futebol na África, rúgbi no Recife

Principal modalidade da sede da Copa dá vez à bola redonda, enquanto a oval agita equipe da capital pernambucana
Celso Ishigami
celsoishigami@dabr.com.br

Imaginem uma Copa do Mundo onde a África do Sul e a Nova Zelândia são as favoritas ao título e uma das principais estrelas é um sujeito chamado Richie McCaw. Acreditem, não é nenhum absurdo, e sim um retrato fiel da realidade. Só que a modalidade não é o futebol, e sim, o rúgbi, o outro esporte que divide a preferência dos sul-africanos. E, no que depender de um grupo de praticantes da modalidade, o Recife pode tornar-se referência da prática no Brasil.

É bem verdade que o número de adeptos ainda está longe de ser expressivo. Afinal de contas, um dos clubes mais organizados da cidade, o Recife Rugby, foi fundado somente em 2005, pelo Argentino Marcelo Blanco. Pouco mais de cinco anos depois, conseguiu arrebanhar cerca de trinta praticantes, entre homens e mulheres. "Nossa previsão é que esse número aumente sensivelmente. É que agora, o Colégio Desafio (zona oeste do Recife) adotou o esporte como atividade curricular", comemorou Blanco.

A afirmação de que o rúgbi é o segundo esporte mais praticado no planeta pode soar estranha para os brasileiros. Mas, essa história poderia estar sendo contado com os personagens invertidos. As modalidades não apenas são contemporâneas no país, como também foram "importadas" pela mesma pessoa, o paulista Charles Miller, que conheceu ambas enquanto estudava na Inglaterra. As interseções entre os dois esportes não param por aí.

Há quem garanta que o rúgbi nasceu em 1823, durante uma partida de futebol. O estudante William Webb Ellis teria ficado irritado com o jogo e, depois de apanhar a bola com as mãos saiu correndo pelo campo até ser derrubado pelos colegas. Começava ali uma rivalidade que pode ser observada até hoje. O técnico da seleção brasileira feminina de rúgbi, o paulista Maurício Migliano é uma prova disso. "Nunca fui muito bom com a bola nos pés. No colégio, achava o handebol mais interessante. Hoje, nem acompanho o futebol", revelou. "Nem sei qual é o time do Brasil na Copa. Só sei que Dunga não levou Adriano e uns meninos do Santos", completou.

Este mês, quando a nação pára, torcendo pela canarinha, a vida segue normalmente para os adeptos do rúgbi. Amanhã, por exemplo, será disputada a etapa alagoana do Campeonato do Nordeste da modalidade, e os recifenses marcarão presença. Caso do garoto Hugo Moraes, 12 anos. "Às vezes jogo futebol com meus amigos, mas me divirto mesmo é jogando rúgbi", garantiu ele, que gosta de Messi, mas prefere o tal do McCaw. Pelo discurso de Tainá Padilha, 16 anos, o cenário pernambucano pode mesmo sofrer as mudanças previstas pelo argentino Blanco. "Futebol é para molengas!", disparou. Mas quando perguntada quem era seu ídolo no mundo dos esportes, a resposta não foi tão diferente de outras meninas. "Kaká, Cristiano Ronaldo."
E, para aqueles que preferem a bola redonda à oval, o pequeno William Dutra, 12 anos, dá um alento. "O rúgbi é legal, tem muito contato, mas o futebol é melhor."

Fonte: www.diariodepernambuco.com.br


Parabéns ao Luciano, jogador do RRC, pelo trabalho com os alunos do Colégio Desafio e fala para o William que o rugby é bem melhor!!!

RRC

Nenhum comentário:

Postar um comentário